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Questões sobre Foucault
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Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade – a partir, obviamente, de um certo número de regras, de estilos, que podemos encontrar no meio cultural. FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.
O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimensão:
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transcendental, efetivada em princípios religiosos.Esta alternativa está incorreta. A transcendência está relacionada a algo que vai além da experiência humana corrente ou do mundo físico. No contexto do texto de Foucault, ele fala sobre a constituição do sujeito a partir de práticas de sujeição e liberação, enraizadas em regras e estilos culturais, o que indica um processo mais imanente e contingente do que transcendental. Além disso, Foucault geralmente não emprega conceitos transcendentes como parte de sua análise da subjetivação, preferindo focar em práticas sociais e históricas.
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essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas.Está incorreta, porque Foucault desconstrói a ideia de uma essência fixa ou universal do sujeito. Ele argumenta que o conceito de subjetividade é fluido e determinado por práticas sociais e contextos históricos, ao invés de ser fundamentado em parámetro substancialistas e essenciais. A subjetivação é vista como integrada a práticas sociais e culturais específicas e em constante mudança, contrastando com a ideia de essência imutável.
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legal, pautada em preceitos jurídicos.Esta alternativa também está incorreta. Embora os preceitos jurídicos possam influenciar as práticas sociais e a subjetivação, Foucault não aponta para uma dimensão legal como o eixo principal da constituição do sujeito. Ele foca mais nas práticas cotidianas e nos processos sociais que desempenham um papel na formação da identidade e subjetividade, ao invés de apenas restrições ou estruturas legais.
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contingencial, processada em interações sociais.Esta é a alternativa correta. Foucault defende que o sujeito é formado através de práticas e interações sociais, ideais que se processam de maneira situada e afetada pela contingência histórica e cultural. Ele propõe que a subjetivação não é definida por qualquer essência transcendental, mas sim pelas práticas de poder, sujeição e liberação que variam de contexto para contexto. Assim, as interações sociais e seu contexto são cruciais no entendimento foucaultiano da formação do sujeito.
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racional, baseada em pressupostos lógicos.Foucault não caracteriza a subjetivação estritamente dentro de uma estrutura racional baseada em pressupostos lógicos, o que torna esta alternativa incorreta. A sua análise envolve fundamentalmente práticas sociais, culturais e históricas, evidenciando como diferentes forças e discursos moldam a identidade e subjetividade dos indivíduos. Logo, ele enquadra mais a questão em termos de uma multiplicidade de práticas do que em termos de racionalidade lógica.
O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se quiser de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito – tudo por uma simples ideia de arquitetura! BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos
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ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida.Essa alternativa menciona mecanismos ideológicos que alienam e ocultam a dominação. Embora a ideologia desempenhe um papel na manutenção do controle social, o panóptico é mais sobre uma estrutura física de vigilância e um regime disciplinar que leva à auto-disciplina, não tanto sobre ideologia ou alienação. O ponto principal do panóptico é a internalização da vigilância e não a ocultação da dominação. Por isso, essa alternativa está incorreta.
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religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê.Este item sugere mecanismos religiosos, onde um "olho divino" estaria sempre vigiando. Embora a ideia de um observador onipresente tenha semelhanças com a vigilância religiosa, a teoria do panóptico é secular e não envolve religião ou divindade. O inspetor não representa um ser divino, mas sim um controlador humano que poderia, teoricamente, observar todos constantemente. Portanto, essa alternativa está incorreta.
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sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como instrumento de controle.Essa é a alternativa correta, pois descreve precisamente a ideia central do panóptico. Bentham concebeu o panóptico como um mecanismo sutil de controle social, onde a disposição arquitetônica permite que todos os prisioneiros sejam vistos por um único observador central, mas sem que saibam quando estão sendo observados. Isso leva à sujeição dos prisioneiros a uma auto-vigilância, regulando assim suas próprias ações. É uma forma de disciplina que age de maneira sutil, sem o uso de força física ou explícita.
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consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas.Essa alternativa fala sobre mecanismos consensuais, ou seja, o controle seria exercido através de acordos e compreensão dos benefícios. No entanto, o conceito do panóptico, desenvolvido por Bentham e mais tarde analisado por Foucault, enfatiza a sensação de vigilância constante que condiciona o comportamento dos prisioneiros sem que haja um consenso ou acordo explícito. Assim, a disciplina é internalizada pelo temor de estar sendo constantemente observado, não por um pacto ou compreensão. Portanto, essa alternativa está incorreta para explicar o panóptico.
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repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física.Aqui se sugere o uso de métodos repressivos e físicos, como a tortura. No entanto, o panóptico se baseia em uma vigilância psicológica sutil, não em coerção física. A ideia é que a possibilidade constante de ser vigiado leva os prisioneiros a disciplinarem seu próprio comportamento, eliminando a necessidade de violência física. Assim, o uso da força não se encaixa com a ideia central do panóptico. Essa alternativa está incorreta.
Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a distorção da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem “distorcidos”. Engordamos quando somos gulosos. É pecado da gula que controla a relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para emagrecer é preciso fazer as pazes com a dita cuja, visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta. FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-requisito. Disponível em: http//gnt.globo.com. Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).
O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos, que tem como consequência
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a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.Incorreta. O texto não sugere que há uma democratização do padrão de beleza, nem o torna acessível pelo esforço individual. Pelo contrário, ele levanta a ideia de que a cultura atual distorce a percepção corporal, sugerindo que há desafios na forma como as pessoas percebem seu próprio corpo no contexto de padrões de beleza. Falar em democratização do padrão de beleza seria contraditório ao foco do texto.
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a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.Incorreta. Essa alternativa está errada porque não há menção no texto sobre tratamentos médicos alternativos ou gastos com remédios. O texto trata de questões sobre imagem corporal e a percepção individual em relação ao peso, mas não fala sobre alternativas médicas ou medicamentos. Portanto, essa interpretação não se alinha ao que foi apresentado.
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a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter.Correta. Essa alternativa está correta porque o texto sugere que a culpa pela obesidade é direcionada ao indivíduo, ao associar o excesso de peso ao pecado da gula, o que implica uma fraqueza de caráter. Essa visão representa um discurso de disciplinarização dos corpos, onde as pessoas são responsabilizadas individualmente por suas condições físicas, como se fosse uma escolha pessoal e não influenciada por fatores sociais, genéticos, etc.
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o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.Incorreta. A afirmação não está correta porque o texto não aborda a questão do controle do consumo ou de uma crise econômica na indústria de alimentos. O foco do texto é a questão da imagem corporal e a autoimagem das pessoas, e não os efeitos econômicos sobre a indústria de alimentos. O texto destaca mais a forma como as pessoas se veem e são vistas em termos de disciplina corporal, não sendo mencionado um impacto nos níveis macroeconômicos.
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o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.Incorreta. Essa alternativa está errada porque o texto em nenhum momento menciona o aumento da longevidade ou o crescimento populacional como consequência da disciplinarização dos corpos. O texto está centrado na percepção de imagem corporal e nos julgamentos morais associados ao peso, sem discutir efeitos sobre a longevidade ou tamanho da população.
O leproso é visto dentro de uma prática de rejeição, ao exílio-cerca; deixa-se que se perca lá dentro como numa massa que não têm muita importância diferenciar; os pestilentos são considerados num policiamento tático meticuloso onde as diferenciações individuais são os efeitos limitantes de um poder que se multiplica, se articula e se subdivide. O grande fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e a sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho político.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um sistema de controle que se baseia no(a):
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Flexibilização do regramento social.Essa alternativa está incorreta porque o texto de Foucault não se refere a uma flexibilização do regramento social, mas sim a um controle mais rígido e detalhado. A ideia de \"policiamento tático meticuloso\" e as práticas de \"bom treinamento\" indicam a implementação de regras e normas mais estritas, típicos de uma sociedade disciplinar, e não sua flexibilização.
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Formação de sociedade disciplinar.Essa alternativa está correta porque o texto de Foucault descreve práticas de controle e organização social que são características das sociedades disciplinares. A menção ao \"policiamento tático meticuloso\" e ao \"bom treinamento\" faz referência a práticas de disciplina e controle detalhadas que são típicas dessa abordagem. Além disso, o autor compara a lepra e a peste, apontando como essas doenças levaram a formas distintas de controle social - a lepra através do exílio e a peste por meio da organização detalhada e disciplinada, que são aspectos centrais da sociedade disciplinar.
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Condenação da degradação humana.Essa alternativa está incorreta porque, embora o texto mencione a \"lepra\" e a \"peste\", o foco principal é no controle social e não na condenação moral das condições humanas como degradação. O ponto discutido é sobre a forma como o poder é exercido e como diferentes estratégias autoritárias são empregadas para disciplinar e controlar, não sobre a condenação moral da degradação humana.
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Banimento da autoridade repressora.Essa alternativa está incorreta porque o texto discute práticas de controle e gestão social que reforçam o papel da autoridade repressora. Foucault fala sobre o \"policiamento tático meticuloso\" e a \"prisão da peste\", ambas indicando presenças de forças autoritárias atuando sobre a sociedade. A ideia de repressão e disciplina aqui está clara, sem indícios de banimento dessa autoridade.
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Hierarquização da burocracia estatal.Essa alternativa está incorreta porque o texto não aborda especificamente a questão da hierarquização da burocracia estatal. Em vez disso, discute modelos de controle social e disciplina, como o policiamento detalhado e a organização meticulosa associada à sociedade disciplinar. O foco está no exercício do poder de forma micro e capilar, e não tanto nas questões burocráticas ou hierárquicas do Estado.
O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.
Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em
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totalitarismo dos governos.Esta alternativa está incorreta. Foucault não está falando de totalitarismo no sentido de um governo totalitário, mas sim de mecanismos de disciplina que agem de maneira capilar em instituições variadas como escolas, prisões e exércitos. Essas disciplinas operam não através da força bruta do governo, mas por meio do controle sutil e minucioso dos indivíduos em diversas esferas da vida cotidiana.
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modelagem dos indivíduos.Essa alternativa está correta. A ideia central do texto de Foucault é a modelagem dos indivíduos. Ele fala sobre um conjunto de técnicas que manipulam o corpo humano para torná-lo mais obediente e útil, criando indivíduos que se encaixam em normas sociais através de práticas disciplinares.
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declínio cultural.Essa alternativa está incorreta. O texto não se refere ao declínio cultural, mas sim ao surgimento de novas formas de poder e controle dos corpos. Foucault descreve o modo como as disciplinas agem para tornar os corpos mais úteis e obedientes. Os efeitos culturais desse processo são complexos, mas ele não afirma que isso conduza a um declínio cultural.
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redução da hierarquia.Essa alternativa está incorreta. Michel Foucault não fala sobre redução da hierarquia no contexto do nascimento das disciplinas. Pelo contrário, ele argumenta que as disciplinas foram usadas como técnicas de controle que reforçam a hierarquia ao disciplinar corpos, fazendo com que as pessoas ajam de acordo com normas específicas e facilitando a organização social em sistemas hierárquicos.
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segregação racial.Essa alternativa está incorreta. Embora Foucault discuta questões relacionadas ao controle social e à disciplina, ele não foca especificamente em questões de segregação racial no texto mencionado. Seu interesse reside mais no modo como as instituições disciplinam e modelam os indivíduos, sem distinção de raça.
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